terça-feira, 2 de agosto de 2011

Programa ensina música sem instrumentos musicais


A partir desse mês de agosto, o ensino da música deve estar dentro da grade curricular das escolas de todo o país, segundo a Lei nº 11.769. Ela foi aprovada em 2008 e previa que até o segundo semestre de 2011 as instituições de ensino deveriam se adequar para a inclusão de conteúdos musicais.

A música não deve ser uma disciplina exclusiva, com aulas sobre notas musicais ou canto. A proposta da lei é que ela integre o ensino de artes e desenvolva a criatividade, sensibilidade e o senso estético dos alunos. Segundo o Ministério da Educação, essa aprendizagem melhora a concentração e a autoestima dos jovens. "O contato com a música expande o universo cultural e ajuda a entender as manifestações artísticas e sua influência no desenvolvimento social de um povo”, diz a professora de educação musical da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Liane Hentschke.

A lei não estabeleceu, no entanto, como cada escola deve incluir o conteúdo musical. Ele pode estar na grade curricular regular, como atividade extra, em conteúdos multidisciplinares, aulas teóricas ou de técnica musical. A carga horária e a temática também não foram determinadas. Cabe a cada escola escolher a abordagem.

Diante dessa abertura de possibilidades, foi criado o programa e-SOM que ajuda as escolas a inserir a educação musical nas salas de aula por meio de um material didático exclusivo, conteúdo e ferramentas tecnológicas, atividades e cursos de capacitação para que professores que não têm formação em música possam ensinar aos estudantes.

Criando música no computador

O grande diferencial do e-SOM é que ele parte de tecnologias digitais. “Nem todas as escolas têm dinheiro para comprar instrumentos, mas sempre têm computadores. Transformamos, então, os laboratórios de informática em estúdios de música”, explica Jobert Gaigher, diretor executivo da Quanta Educacional, que desenvolveu o programa. Por meio do desenvolvimento de softwares livres, o e-SOM criou programas digitais para produzir sons como instrumentos e mixá-los, proporcionando a composição sonora. Gaigher exalta que hoje, a música está ligada a essa produção digital. Para ele, ensinar como lidar com os sons mesmo sem ter em mãos um violão ou piano é uma forma válida de ter contato com a arte.

O programa é feito em três etapas. No primeiro, os alunos ouvem diferentes estilos musicais para que ganhem conhecimento e despertem o gosto pela arte. O segundo passo é experimentar e executar. Em simuladores virtuais, os estudantes “tocam” violão ou piano - que funciona no teclado do computador. A última fase é a composição, quando o aprendizado rende canções feitas de forma virtual. Os alunos podem postar as produções no portal do e-SOM, no qual se conectam e trocam experiências e conteúdos.

“O curso não é voltado para a técnica. Ninguém aprende a tocar bateria de verdade. O que queremos é proporcionar a experiência e o contato com a melodia, a harmonia, o ritmo e os sons. As crianças estão familiarizadas com os computadores, então, elas gostam de usar os programas”, diz Gaigher.

O e-SOM foi criado há quatro anos e implantado como piloto em quatro escolas no interior de São Paulo e em Porto Alegre. Seu custo por aluno é de R$ 55 por ano, o que, segundo seu criador, torna o projeto viável para chegar a escolas públicas.

fonte: http://www.asboasnovas.com/#/brasil/programa_ensina_musica_sem_instrumentos_musicais/

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